Reggae
ORIGEM
Reggae é um gênero musical desenvolvido originalmente na Jamaica do fim da década de 1960.
O local de origem do reggae é uma hoje famosa ilha caribenha, a terceira maior da região, com o tamanho equivalente à metade do território do estado de Sergipe. Desde o século XVI até meados do século XX ela foi submetida às políticas exploratórias do sistema colonial. A população nativa, composta pelos índios arawak, chamava a ilha de Xaymaca – Terra das Primaveras –, e tal denominação foi a única herança que deles restou, transformada em Jamaica.
CONTEXTO CULTURAL, LITERARIO E HISTORICO:
Embora por vezes seja usado num sentido mais amplo para se referir à maior parte dos tipos de música jamaicana, o termo reggae indica mais especificamente um tipo particular de música que se originou do desenvolvimento do ska e do rocksteady.
O reggae se baseia num estilo rítmico caracterizado pela acentuação no tempo fraco, conhecido como skank. O estilo normalmente é mais lento que o ska porém mais rápido que o rocksteady, e seus compassos normalmente são acentuados na segunda e na quarta batida, com a guitarra base servindo ou para enfatizar a terceira batida, ou para segurar o acorde da segunda até que o quarto seja tocado. É principalmente essa "terceira batida", sua velocidade e o uso de linhas de baixo complexas que diferencia o reggae do rocksteady, embora estilos posteriores tenham incorporado estas inovações de maneira independente.
A mudança do rocksteady para o reggae foi ilustrada pelo shuffle de órgão cujo pioneiro foi Bunny Lee, destaque nos singles de transição entre os dois gêneros, "Say What You're Saying" (1967), de Clancy Eccles, e "People Funny Boy" (1968), de Lee "Scratch" Perry. A faixa de 1967 dos Pioneers, "Long Shot Bus' Me Bet", já foi identificada como o exemplo mais antigo do novo ritmo que ficaria conhecido como reggae.[6] No início de 1968 as primeiras gravações de reggae foram feitas: "Nanny Goat", de Larry Marshall, e "No More Heartaches", dos Beltones. O hit de 1968 "Hold Me Tight", do artista americano Johnny Nash, recebeu o crédito de ter colocado o reggae pela primeira vez nas paradas de sucesso dos Estados Unidos.[7]. O reggae começou a aparecer também no rock; um exemplo de canção do gênero que tinha uma levada de reggae foi "Ob-La-Di , Ob-La-Da", dos Beatles, de 1968.[8]
The Wailers, uma banda fundada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer em 1963, geralmente é tido como o grupo mais conhecido mundialmente a ter feito a transição por todos os três estágios da evolução do reggae - desde hits de ska como "Simmer Down", para o rocksteady mais lento, até o reggae. Além do Wailers, outros pioneiros importantes do gênero foram Prince Buster, Desmond Dekker, Jackie Mittoo, entre outros.
Os produtores jamaicanos foram influentes no desenvolvimento do ska para o rocksteady e o reggae na década de 1960. Alguns dos mais célebres produtores foram Coxsone Dodd, Lee "Scratch" Perry, Leslie Kong, Duke Reid, Joe Gibbs e King Tubby. Um destes primeiros produtores foi Chris Blackwell, fundador da Island Records em 1960, que se mudou para a Inglaterra em 1962, onde continuou a promover a música de seu país, formando uma parceria com a Trojan Records, fundada por Lee Gopthal em 1968, e que lançou obras de reggae no Reino Unido até 1974, quando foi comprada pela Saga.
O filme The Harder They Come, de 1972, com Jimmy Cliff, gerou popularidade e um interesse considerável para o reggae nos Estados Unidos e, consequentemente, no resto do mundo; o cover de 1974 da canção "I Shot the Sheriff", de Bob Marley, feita pelo guitarrista inglês Eric Clapton, ajudou a trazer o reggae ainda mais para o mainstream.[3] A partir da metade da década de 1970 o reggae começou a obter cada vez mais tempo de execução nas rádios do Reino Unido, especialmente no programa de John Peel. A chamada "Era de Ouro do Reggae" corresponde aproximadamente ao dias de glória do roots reggae, o chamado "reggae de raiz". Na segunda metade da década a cena punk do país começou a se formar, e alguns DJs de punk costumavam tocar canções de reggae durante suas apresentações. Algumas bandas de punk incorporaram influências do reggae em sua música, e ao mesmo tempo o gênero começou a passar por uma espécie de renascimento no Reino Unido, que prosseguiu até a década seguinte, exemplificado por grupos como Steel Pulse, Aswad, UB40 e Musical Youth. Entre outros artistas de reggae que gozaram de um destaque internacional no início da década de 1980 estão Third World, Black Uhuru e Sugar Minott. Os Prêmios Grammy introduziram a categoria de melhor álbum de reggae em 1985
GRANDES INTÉRPRETES / MUSICAS FAMOSAS E SEUS SIGNIFICADOS
O cantor e compositor Bob Marley é o ícone deste estilo musical
O cantor e compositor Bob Marley é o ícone deste estilo musical
Bob Marley em um concerto em Zurique
Informações gerais
Origens estilísticas R&B • Jazz • Blues • Mento • Calypso • Ska • Rocksteady • Soul
Contexto cultural Década de 1960 Jamaica, especialmente Kingston
Instrumentos típicos
Baixo - Bateria - Órgão - Metais - Escaleta - Guitarra - Tambor de aço
Popularidade Da década de 1970 em diante, a popularidade variou
Formas derivadas Dancehall - Dub - Ragga
Subgêneros
Roots reggae - Lovers rock
Gêneros de fusão
Reggaeton • Reggae fusion • Seggae • 2 Tone • Samba reggae
Outros tópicos
Música da Jamaica - Anexo:Lista de músicos de reggae
Alpha Blondy
Alpha Blondy
Informação geral
Nome completo Seydou Koné
Data de nascimento 1/1/1953
Origem Dimbokro
País
Côte d'Ivoire
Gêneros
Reggae
Alpha Blondy (seu nome verdadeiro é Seydou Koné, nascido em 1 de janeiro de 1953 em Dimbokro, Costa do Marfim) é um cantor de reggae. É muito popular na África ocidental. Tem cantado com o grupo The Wailers. Estudou Inglês no Hunter College em Nova York, e posteriormente no programa de Idioma Americano (American Language Program) da Universidade de Columbia.
Canta principalmente em Dioula, Francês e Inglês, más também ocasionalmente em Árabe ou Hebraico. As letras de suas canções expressam fortemente atitude e humor relacionados com a política. Inventou a palavra "democrature" (a qual se pode traduzir como "democradura", combinação de democracia e ditadura) para qualificar alguns governos Africanos.
Algumas de suas canções mais conhecidas são:
• "Apartheid is Nazism"
• "Banana"
• "Brigadier Sabary"
• "Guerre Civile"
• "Jah Rasta"
• "Jerusalem"
• "Journalistes en danger"
• "Multipartisme"
• "Politiqui"
Jimmy Cliff
Jimmy Cliff
Informação geral
Nome completo James Chambers
Data de nascimento 1 de Abril de 1948 (62 anos)
Portmore, Saint Catherine
Jamaica
Gêneros
Reggae
Ska
Jimmy Cliff, nome artístico de James Chambers, (Portmore, 1 de abril de 1948) é um músico jamaicano de reggae. É o menos compreendido de todos os grandes mestres do reggae, tendo sido acusado de abandonar as origens rastas, porém é respeitado por ter sido o primeiro a abrir as portas do sucesso ao reggae na Europa e no resto do mundo.
A sua religião lhes causou muitos problemas na Jamaica com os rastas. Num incidente estranho, em um grande show com os Wailers em Kingston nos finais de 1975, rastas radicais, indignados com sua dedicação ao islamismo, chegaram a cuspir em sua cara. Este foi um dos motivos que o fez mudar-se para a Inglaterra.
Seu ingresso no mundo da música revela um dado curioso: Leslie Kong, proprietário de uma loja de discos, fez sucesso como produtor investindo exatamente no garoto Jimmy. Mais tarde, o mesmo Kong teria o privilégio de encaminhar Bob Marley para a sua primeira gravação. Cliff alcançou notoriedade fora da ilha por sua participação no filme The Harder They Come, produzido pela gravadora Island e protagonizado por ele e seus compatriotas Desmond Dekker, The Maytals e Melodians (os dois últimos, grupos vocais que, assim como o muçulmano Cliff, faziam uma celebração da vida mais suave e menos politizada que os Wailers).
Retratando o cotidiano dos adolescentes pobres de Trench Town, os rude boys, o filme foi mais uma arma da Island para difundir o reggae pelo mundo. Tal investimento nem seria necessário: o reggae conquistaria a ilha colonizadora mais cedo ou mais tarde.
Para Cliff a oportunidade não poderia ter sido melhor. Apesar do fracasso comercial, o filme fez muito mais por seu marketing pessoal que a outra arma da Island: uma visita quase que anônima ao Brasil ainda em 1969 para participar do Festival Internacional da Canção (FIC).
Em 1980 excursionando com Gilberto Gil, lotou todos os auditórios onde pisou. Quatro anos depois ele repetiu a façanha sozinho, indo do ginásio do Corinthians, em São Paulo, ao programa do Chacrinha. Em 1990 Cliff participou do primeiro CD do Cidade Negra, na música Mensagem, feita por Ras Bernardo. Em 1991 gravou na Bahia, em Salvador, o CD Breakout, lançado em 1992. O disco contou com as participações de Olodum na música "Samba Reggae" e Araketu nas músicas Breakout e War a Africa. Em 1993 ele regravou "I Can See Clearly Now", de Johnny Nash, para a trilha do filme Jamaica Abaixo de Zero. Em 1997 ele esteve também no acústico dos Titãs cantando "The Harder They Come", recriada numa versão em português, "Querem Meu Sangue".
Em 1999 Jimmy participou do CD do grupo Olodum. Dos artistas de reggae, Jimmy é o mais (talvez o único) influenciado pela MPB. Várias de suas canções revelam esta identidade. Músicas como "Sittin' In Limbo", "Rebel In Me", "Wonderful World, Beautiful People", foram compostas aqui mesmo em suas vindas ao Brasil. Ainda que a familiaridade com o Brasil seja grande o bastante para promover esta interação, Cliff sempre esteve à vontade para cruzar o reggae com outros gêneros.
Ainda em 1964, ele deixou a Jamaica para ser cantor de Soul na Inglaterra; no começo dos anos 80, enveredou pelos lados do funk e do pop. Sempre se preocupou em renovar suas influências, extraindo do pop mundial o amálgama para catalisar uma comunhão das linhagens que circundam o universo negro.
Gregory Anthony Isaacs
Informação geral
Data de nascimento 15 de julho de 1951 (59 anos)
Origem Kingston,Jamaica
País
Jamaica
Gêneros
reggae
Período em atividade 1968 – atualmente
Gregory Isaacs (nascido Anthony Gregory Isaacs, 15 de julho de 1951, Fletchers Land, Kingston , Jamaica ) é um jamaicano reggae músico. Milo Miles, escrevendo no New York Times , descreveu Isaacs como "o mais requintado vocalista no reggae ".
Damian Marley
Informação geral
Apelido
Damian "Jr.Gong" Marley
Data de nascimento 21 de Julho de 1978 (32 anos)
Origem Kingston, Jamaica (32 anos)
Gêneros
Reggae
Ragga
Dancehall
Afiliações Bob Marley, Ky-Mani Marley, Ziggy Marley, Stephen Marley, Julian Marley, K'Naan, Mariah Carey, Nas
Página oficial
www.damianmarley.com
Damian Marley (Kingston, 21 de julho de 1978) é um cantor jamaicano, ganhador de três Grammy's e filho mais novo de Bob Marley.
Damian não chegou a conviver muito com o pai, falecido enquanto Damian tinha dois anos, também chamado de Jr. Gong, é filho da ex-miss Mundo Cindy Breakspeare e 11° membro da prole de Bob Marley. Ele começou sua carreira aos 13 anos, fez parte do grupo The Shepherds, gravou seu primeiro single solo com o nome de "Dj Degree". Em 1996 lançou seu primeiro disco, "Mr. Marley". O segundo, "Halfway Tree" lançado em 2001 deu a ele o Grammy de melhor álbum de reggae. Com "Welcome to Jamrock",Damian, alcançou o reconhecimento pela qualidade de seu som.
Damian Marley parte das coordenadas clássicas do reggae para, através da fusão com o R&B, Hip-Hop e Dancehall, criar uma sonoridade própria, com letras fortemente marcadas pela crítica social. Seu trabalho mais recente foi a gravação da música "Cruise Control" em parceria com a cantora norte-americana Mariah Carey, para o mais novo álbum de inéditas da diva, titulado E=MC².
Vida pessoal e fé
Damian Marley, na verdade nasceu com o nome de Damian Robert Nesta Marley, sendo apelidado "Jr. Gong", em honra do seu lendário pai, Bob "Tuff Gong" Marley. Ele é um Rastafari e sua música reflete tanto as suas convicções Rastafari, como os princípios orientadores ao amor, ao planeta, e a liberdade para todos os povos. Como viaja a maior parte do ano, sua morada se divide entre Kingston, Jamaica e Miami, Florida. Damian e irmão de ziggy marley.
Ziggy Marley
Ziggy Marley
Informação geral
Nome completo David Nesta Marley
Apelido
Ziggy
Data de nascimento 17 de Outubro de 1968 (41 anos)
Trenchtown, Kingston
Jamaica
Gêneros
Reggae
Período em atividade 1986 - hoje
David Nesta Marley (Trenchtown, 17 de outubro de 1968) é um cantor e compositor jamaicano. É um dos 13 filhos de Bob Marley.
Após a morte de seu pai em 1981, Ziggy Marley foi apontado como sucessor natural de Bob Marley. "Ziggy" Marley teve suas primeiras aulas de guitarra e bateria com Bob Marley. Quando tinha 10 anos era presença constante nas gravações dos The Wailers, banda que acompanhava seu pai. Não tinha 17 anos quando estreou em disco com o grupo The Melody Makers, formado por parentes da família Marley, em Play The Game Right, de 1985. Nessa época já utilizava o nome Ziggy, escolhido em homenagem a David Bowie — seu ídolo, que havia lançado The Rise And Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, álbum fundamental na história do rock, em 1972.
Em 1986 veio Hey World!, com sotaque mais pop. As fracas vendas do trabalho preocuparam o artista, que deu a reposta aos críticos dois anos depois, com Conscious Party, álbum com o hit "Tomorrow People". No ano seguinte, em 1989, One Bright Day entrou na lista dos 20 discos mais vendidos da revista Billboard.Na década de 1990, Ziggy Marley & The Melody Makers lançaram Jahmeyka (1991), Joy And Blues (1993), Free Like We Want 2 B (1995), Fallen is Babylon (1997) e, por fim, The Spirit of Music (1999). Em todos os trabalhos, um ponto em comum: Ziggy nunca deixou de incluir suas mensagens de protesto e sua voz política, principais heranças deixadas por Bob Marley.
Papa Winnie
Informação geral
País
Granada
Gêneros
Reggae
Nascido na ilha de Granada no Caribe, Carlisle Winston Peters, conhecido no mundo artistico como Papa Winnie faz uma música que mistura reggae, rap e pop. Em 1986 foi para a Europa com o objetivo de seguir carreira musical, sendo que em 1988 assina contrato com a EPIC Records e lança seu primeiro disco em 1989 chamado "Rootsie & Boopsie", que foi dedicado a seu filhos gêmeos. Em 1990 lança seu segundo disco "One Blood, One Love", onde fala de assuntos como racismo, falta de liberdade e igualdade e respeito entre as pessoas. Em 1993 e 1996, com a MCA/Universal, lança respectivamente os discos "you are my Sunshine" e "All Of My Heart".Papa Winnie esteve pela primeira vez no Brasil em 1993 realizando uma turnê juntamente com o grupo Rappa.
Natasja Saad
Informação geral
Nome completo Natasja Saad
Apelido
Natasja, Li'l T
Data de nascimento 31 de Outubro de 1974
Origem Copenhague
País
Dinamarca
Data de morte 24 de Junho de 2007 (32 anos)
Gêneros
Reggae, Rap, Ragga, Dancehall
Instrumentos
voz
Período em atividade 1987–2007
Natasja Saad (Copenhague, 31 de outubro de 1974 — Spanish Town, 24 de Junho de 2007), também conhecida como Little T e Natasja, foi uma cantora de reggae dinamarquesa. Alcançou fama mundial com um remix da música Calabria, ficando seis meses em número um no chart Hot Dance Airplay da Billboard. Morreu em 24 de Junho de 2007, vítima de um acidente de carro.
Peter Tosh
Peter Tosh (esquerda), na turnê do álbum Bush Doctor, em 1978.
Informação geral
Nome completo Winston Hubert McIntosh
Apelido
Stepping Razor
Data de nascimento 19 de outubro de 1944
Origem Westmoreland
País
Jamaica
Data de morte 11 de setembro de 1987 (42 anos)
Gêneros
Reggae, ska, rocksteady, R&B
Instrumentos
Piano, guitarra, violão
Gravadora(s) Intel-Diplo
Afiliações The Wailers
Peter Tosh (18 de outubro de 1944 – 11 de setembro de 1987) foi um pioneiro músico de reggae/ska. Militante, bem-instruído e encrenqueiro, Tosh era o Malcolm X da personalidade estilo Martin Luther King representada por Bob Marley.
Batizado Winston Hubert McIntosh, e nascido em Westmoreland, ele cresceu em Kingston, Jamaica, na favela de Trenchtown. Embora seu pavio curto o metesse frequentemente em confusões, o jovem McIntosh começou a cantar e a tocar guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia sintonizar em seu rádio.
No começo dos anos 1960 ele conheceu Bob Marley e Bunny Livingston, formando o grupo Wailing Wailers. Depois que Marley retornou dos Estados Unidos em 1966, os três passaram a se envolver com a religião Rastafari, mudando o nome da banda para The Wailers.
Eles conseguem um contrato com a Island Records, lançando Catch a Fire em 1972 e Burnin em 1973. Neste mesmo ano, Tosh se envolve em um sério acidente automobilístico. Seu carro cai de uma ponte, matando sua namorada e deixando Tosh com uma fratura grave no crânio. Ele sobrevive, mas torna-se uma pessoa ainda mais difícil de se lidar. Depois que o presidente da Island, Chris Blackwell, recusa-se a lançar seu disco solo em 1974, Tosh e Bunny deixam os Wailers, citando o tratamento injusto que recebiam de Blackwell, que Tosh chamava de "pior que os brancos".
Ele lança seu disco solo em 1976 pela CBS, Legalize It; a faixa-título logo tornaria-se o hino do movimento pró-maconha, além da favorita nos shows de Tosh, bem como se tornando o single mais vendido da ilha, a despeito da proibição de que tocasse nas rádios. Sempre mostrando seu lado militante, ele lança Equal Rights em 1977.
Tosh tentou obter reconhecimento das massas mantendo seu ponto de vista militante, mas não foi muito bem sucedido, principalmente se comparado à Bob Marley. Depois do lançamento de Mama Africa em 1983 (onde está incluído o seu maior sucesso, a regravação da canção clássica do roqueiro norte-americano Chuck Berry, Johnny B. Goode) ele entra num auto-imposto exílio, procurando auxílio espiritual de curandeiros africanos enquanto tentava se livrar de um contrato de distribuição de seus discos na África do Sul.
Morte
Em 1987, a carreira de Peter Tosh parecia estar voltando a fazer sucesso; naquele ano, recebeu um Grammy por Melhor Performance de Reggae naquele ano, pelo álbum No Nuclear War. No entanto, no dia 11 de setembro, uma gangue de três homens invadiu sua casa exigindo por dinheiro. Diante da negativa de Tosh, dispararam contra ele e seu amigo, o DJ Jeff "Free I" Dixon. O líder da gangue era Dennis "Leppo" Lobban, um homem de quem Peter Tosh havia ficado amigo e ajudado até mesmo a encontrar um emprego depois de cumprir uma longa sentença na prisão. Leppo se entregou para as autoridades, foi julgado e condenado na mais curta deliberação de jurados da história da Jamaica: onze minutos. Foi condenado à morte, porém sua sentença foi alterada em 1995 e ele continua até hoje na cadeia.[1] Nenhum de seus dois supostos cúmplices foram encontrados, embora existam rumores de que ambos teriam sido assassinados a tiros.
Linha do Tempo
OUTRAS MUSICAS - BRASIL
01.Dominic Balli – Warrior
02. Ponto de Equilíbrio – Odisséia na Babilônia
03. Ponto de Equilíbrio – Musica de Jah
04. Afrojah – Caminhos Dispersos
05. Afrodizia – Regueiro de Jah
INFLUÊNCiA NO BRASIL
O reggae está presente no Brasil há muito tempo, mas se desenvolveu de forma diferenciada em cada região, situação que se reflete hoje na forma como ele é compreendido e aceito no país. Um estudo histórico rigoroso sobre como o ritmo jamaicano chegou a nossas praias e praticamente se incorporou à cultura brasileira ainda está para ser feito, mas podemos traçar alguns caminhos para entender como chegamos até aqui.
Talvez o nosso primeiro contato com o reggae tenha sido a apresentação de Jimmy Cliff em um dos Festivais Internacionais da Canção, que aconteceram no fim dos anos 60. Logo depois Caetano Veloso cantaria que desceu a Portobello Road, em Londres, ao som do reggae, o que foi estabelecido como a primeira menção à palavra "reggae" na música brasileira (e não o primeiro reggae composto aqui, como alguns chegam a escrever). Vale dizer que nesta época tal nome só era conhecido entre os jamaicanos e seus descendentes que moravam em Londres e outras cidades inglesas (e no Canadá, Estados Unidos etc). Experiências com o ritmo foram tentadas por Jards Macalé, Luís Melodia e outros, mas foi Gilberto Gil quem levou tal influência mais a sério, vendendo mais de 500 mil cópias do compacto de "Não chores mais", a versão de "No woman no Cry", de Bob Marley.
Enquanto isso no Pará, Maranhão e na Bahia, o reggae também começava a conquistar corações e mentes da população, o que pode ser explicado pela semelhança dos ritmos locais com o da ilha caribenha, que afinal vieram da mesma raiz, a mãe Africa. Apresentado ao ritmo por um vendedor de discos paraense, o dono de radiola Riba Macedo começou a tocar o reggae entre os forrós e merengues que tocava em São Luís. Logo o som caiu nas graças dos maranhenses. No Rio, São Paulo e Belo Horizonte, alguns bailes reggae têm lugar na periferia. Júlio Barroso (aliás o disco que Riba Macedo levou primeiro para o Maranhão foi o "Reggae Frontline", que teve as notas escritas por este jornalista e vocalista da banda Gang 90,falecido em 84), no Rio e Otávio Rodrigues, em SP, começam a divulgar o ritmo no sulmaravilha. Os primeiros discos foram lançados por aqui. Chico Evangelista canta o "Reggae da Independência" e Raimundo Sodré fica famoso com o reggae "A Massa", cantado num festivaL no início dos anos 80. Bob Marley vem ao país e promete voltar com o Inner Circle para uma turnê em toda a América Latina. Peter Tosh se apresenta com grande sucesso no Festival de Jazz de São Paulo. O reggae parece que vai decolar de vez em nossas terras. Mas a tragédia acontece: Marley morre de câncer aos 36 anos, em 11 de maio de 1981. Para muitos é a morte do reggae.
Nem a vitoriosa turnê de Gil com Jimmy Cliff pelo país consegue convencer as gravadoras e os meios de comunicação do contrário. Sobre a turnê, uma revista de (des)informação publica um artigo dizendo algo como "agora que o reggae morreu ele chega ao Brasil". Os discos pararam de chegar como antes. Sorte dos donos de radiola no Maranhão, que começam a ganhar dinheiro trazendo discos de reggae de fora para tocar nos bailes, cada vez mais populares. É a cultura da "exclusividade" que até hoje vigora por lá.
Marginalizado, o reggae se recolheu ao underground, mas não ficou parado. As primeiras bandas e fã-clubes brasileiros começam a surgir. Marco Antônio Cardoso funda o Fã-Clube Bob Marley de São Paulo e Mariano Ramalho o do Rio. Em Belo Horizonte Mauro França inicia o Fã-clube Massive Reggae. Em Recife aparece o Grupo Karetas. Edson Gomes na Bahia, Luís Vagner, Jualê e os Walking Lions em São Paulo começam a sua trajetória. Muitos outros grupos aparecem a partir da segunda metade dos anos 80, em grande parte por causa do estouro dos Paralamas do Sucesso, que sempre tiveram uma grande influência do reggae em sua música (o baixista Bi Ribeiro tem uma das maiores coleções de discos de reggae do país). No Maranhão, surge a Tribo de Jah. Os programas de rádio também tiveram grande influência na divulgação do reggae. Vale citar o "Batmacumba", do Nelson Meirelles e os programas de Maurício Valladares, no Rio, "Reggae Raiz", dos sólidos Jai Mahal e China Kane (até hoje no ar, na Brasil 2000), "Disco Reggae", de Otávio Rodrigues, de São Paulo, "Reggae Special", de Ray Company (também no ar até hoje, na Ouro Negro FM) em Salvador e muitos outros (como as dezenas de programas que existem há anos em São Luís, produzidos por radialistas como Fauzi Beydoun - líder da Tribo de Jah, Carlos Nina, Ademar Danilo, entre outros).
Nos anos 90 os shows internacionais voltaram a acontecer no país, graças aos esforços de batalhadores como Geraldo Carvalho, de Curitiba, e outros que mostraram que o reggae ao vivo tem mercado no Brasil. Bandas como Cidade Negra e Skank levaram o ritmo a um novo público, fazendo sucesso em todo o país e iniciando carreira internacional. Tribo de Jah e Edson Gomes também levam um grande público a suas apresentações. O número de bandas se multiplicou e citar todas seria impossível, o mesmo acontecendo com as pessoas que batalharam e batalham pela divulgação do reggae (como Gilberto Gil, que sempre toca versões de Marley em seus shows). Apesar da má-vontade das gravadoras e dos programadores de rádio, o ritmo de Jah possui um público cativo no Brasil que só tende a crescer, passando ao largo dos modismos que marcaram o mercado musical brasileiro nos últimos anos. Presente na maior parte do Brasil real e no virtual o reggae ainda vai dar muito o que ouvir, ver, ler, cantar e falar.
PUBLICO ADEPTO DO RITMO
Rastafáries
Surfistas
Classes sociais menos favorecidas
FATOS CURIOSOS E POLEMICOS
Fatos Curiosos
CORES
O verde, o vermelho e o amarelo são as cores da bandeira nacional da Etiópia, onde aparecem com o mesmo significado vigente entre os rastas e representam:
VERDE: terra e esperança / AMARELO: a Igreja e a paz / VERMELHO: poder e fé
São, portanto, cores representativas de valores tanto materiais (físicos) quanto metafísicos (ou espirituais). O físico, no verde, se relaciona à Terra-Mãe, natureza, fauna, flora tão exuberantes, na África, assim como no Brasil, fonte de vida e prosperidade, terra provedora de abrigo e alimento. O aspecto metafísico do verde é a esperança porque esta cor está ligada, nas tradições esotéricas mais antigas, aos fenômenos de renovação. No Taro, oráculo de cartas de origem hindu-egípcia, a carta XX, tem o verde como cor destacada. O arcano (a carta) chamado O Julgamento, mostra três figuras que se erguem de um túmulo diante de um anjo apocalíptico, uma cena de ressurreição.
Nos tons do amarelo e do vermelho se concentram outros significados subjetivos. A Paz, condição necessária a uma existência saudável; a Igreja, como força social de união entre os povos; o poder, como capacidade de realização de metas, de transformar sonhos em realidades e, finalmente, a Fé, sem a qual estas capacidades não podem ser alcançadas. É pela fé que se mantém a persistência rumo a um objetivo não obstante os numerosos obstáculos que se interponham entre uma pessoa e suas aspirações mais elevadas.
Fatos Polemicos
Minc defende descriminalização da maconha em show de reggae
Na cadência do ritmo jamaicano, ministro iniciou apresentação mandando um abraço \"para o povo do reggae\"
10 de setembro de 2009
15h 03
No balanço do reggae, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, protagonizou na última segunda-feira, 7, uma aparição que promete se tornar o mais novo sucesso do YouTube. Durante show da banda de reggae Tribo de Jah, na Chapada dos Veadeiros (GO), Minc subiu ao palco e, com microfone em punho, fez um breve discurso de cerca de quatro minutos, abordando temas diversos: da descriminalização da maconha à vitória do Brasil sobre a Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Procurada pela reportagem, a assessoria do ministro afirmou que Minc compareceu ao evento "de livre vontade". "Ele estava na região com um amigo e resolveu conferir o evento", disse. A assessoria confirmou que o ministro subiu ao palco a convite dos integrantes da banda e, no momento do show, estava relaxado.
Na cadência do ritmo jamaicano, Minc iniciou a apresentação mandando um abraço "para o povo do reggae". E com a mão esquerda levantada, entoou palavras de ordem que arrancaram efusivos aplausos da plateia: "Reggae é paz e resistência." No balanço sereno da música, o defensor do Meio Ambiente pediu que os presentes fechassem os olhos e dessem as mãos, "celebrando a paz". "Viva o reggae, Bob Marley, Tribo de Jah e Chico Mendes", conclamou o ministro, arrancando mais aplausos do público.
Ainda embalado pela batida do reggae, Minc criticou o desmatamento da floresta Amazônica e do cerrado brasileiro. "Nós dependemos dos seringueiros, castanheiros, índios e da rapaziada para proteger as nossas florestas." E continuou, em tom elevado: "Temos de acabar com a impunidade daqueles que desmatam."
Para entrar no tema das drogas, Minc reproduziu a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e emplacou uma metáfora futebolística. Depois de dizer que "ontem (referindo-se ao dia 6 de setembro, quando a seleção brasileira de futebol goleou a Argentina) nós metemos 3 a 1 contra os nossos hermanos", Minc afirmou que no futebol o Brasil está à frente da Argentina, mas o mesmo não ocorre quanto à descriminalização do uso da maconha. "Os juízes da Argentina descriminalizaram. O usuário não é criminoso. Nesse jogo a gente tá perdendo aqui. Nós vamos virar esse jogo para acabar com a hipocrisia", disse o ministro, ao som de vivas.
Estadão.com.br
OPINIÃO PUBLICA
1º) Bob Marley: além da maconha e do Reggae
Escrito por Lucas Tavares
Sáb, 22 de Março de 2008 12:28
"As guerras seguirão enquanto a cor da pele tiver maior significado que o brilho dos olhos..."
Bob Marley
Para muitos, Bob Marley é apenas sinônimo de maconha. O que muitos não sabem é que, por trás dos sons amaciantes das canções de Reggae, há palavras de igualdade, liberdade, gritos de paz e um eterno inconformismo com as injustiças que vivemos, principalmente as relacionadas ao preconceito racial.
Jamaicano pobre, filho de pai branco e mãe preta, a vida de Bob Marley é repleta de altos e baixos: atentado contra a sua vida, envolvimento com a política local da Jamaica, o sucesso internacional e, por fim, a luta contra um câncer que lhe custou a vida.
Veja a biografia completa do contar em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bob_Marley
Por seu carisma, sua eterna busca pela divulgação da paz e do amor, Bob é considerado por alguns um dos maiores profetas do nosso tempo. Lógico que há quem diga que ele não passou um de um cantor comum que fazia apologia à maconha. Para os que pensam assim, sugiro explorar um pouco mais das dezenas de álbuns que o cantor lançou antes de sua morte aos 36 anos, bem como sua história de vida a sua luta pela igualdade.
E para começar esse estudo, sugiro escutar a música “Redemption song”, considerada por muitos a sua obra prima.
2º) Curtir reggae é unanimidade entre pessoas desentendidas
Enviado por BiS
28/04/2009 - 18:14
1760 leituras
Entre os muitos efeitos nefastos da publicidade, incluo a popularidade do reggae no Brasil. No primeiro anúncio daquela famosa série de esportes radicais que nos levariam "ao sucesso", Peter Tosh cantava "The Love I Need". Pronto: o reggae ficou eternamente associado com surfe, sol, garotas de biquíni.
O que poucos fãs de reggae deste país sabem é que só no Brasil o reggae é a trilha sonora oficial do surf. Fora daqui não tem a menor relação: som de surf é rock australiano, e do bom.
Pouco depois, Gilberto Gil cantou "No Woman, No Cry" e uns baianos decidiram que seu estado era parte da Jamaica (o que talvez seja mesmo: já disse alguém que de São Paulo para cima o Brasil é Caribe, de São Paulo para baixo é Mercosul).
Gilberto Gil canta "No Woman, No Cry" e a Bahia vira a nova Jamaica
Pule alguns anos e venha para São Paulo, onde um cara chamado Otávio Rodrigues começou uma noite jamaicana chamada AeroReggae. A noite paulistana (e pelo que sei a carioca também) ficou infestada de reggae, por uma ótima razão: as garotas, que não frequentavam muito show, frequentavam as noites de reggae. E onde mulher vai, homem vai atrás.
Aí a Folha faz uma pesquisa e os jovens de São Paulo elegem, por unanimidade, o reggae como seu ritmo preferido.
Se você é um deles pare de ler imediatamente ou prepare-se para ficar bem irritado.
Acho reggae uma bobagem. Não posso nem ver esses reggaemen falando de Jah e chorando as pitangas pela repressão do homem branco em cima deles.
Para começar, o negócio todo é filosoficamente equivocado. Criado para ser música de resistência contra o "sistema"', soa como uma choradeira de quem não tem proteína e nem calorias para resistir nem a uma brisa. Não foi à toa que todos os superstars do reggae assinaram rapidinho com as gravadoras da “Babilônia”'. E não é à toa que reggae virou um pastichão que só serve para atrair turista para a Jamaica.
Mas pelo menos o reggae teve alguma serventia: encher cofres dos hotéis da Jamaica e bolsos dos traficantes locais. Porque, como filosofia, o reggae não servia para nada. Esse papo de rastafari é uma estupidez. Os caras pregavam que um ditador africano podre, o Hailé Selassié, era Deus na terra. Veja bem, não era filho ou o representante de Deus, era o próprio.
E as meninas que gostam de reggae talvez gostem de saber que o papel da mulher em ambientes rastafari está só um pouco acima do papel do cachorro.
Possivelmente as novas gerações da Jamaica concordem comigo, porque caras como Shabba Ranks não querem nem saber dessa papagaiada de rastafari. O negócio deles é fazer um som bem acessível, que é para americano comprar.
Em vez de combater o sistema, eles querem é grana e sossego. Carro bacana, mulher bonita e (possivelmente) uma automática no bolso. Como a maioria de nós, aliás.
Já tem até uma Madonna jamaicana, a Patra, uma negra bonita, gostosa e com os peitos enormes, que faz clips bem rebolativos e pelados.
Patra, a Madonna do reggae
Eu até que engolia mais todo o besteirol conceitual que cerca o reggae se o som não fosse tão chato. Para mim, atravessar um CD do Bob Marley equivale a enfiar arame farpado no canal auricular.
Por isso tudo é que eu fico extremamente surpreso de ouvir alguma coisa que pareça com reggae e gostar. Ano passado, por exemplo, ouvi Apache Indian e gostei. Gosto dessas bandas de reggae brasileiras, que não são só reggae, tipo Skank e Nomad. Claro, adoro ska, mas é por associação com a new wave.
E esse ano, até agora, gostei desse "Hotstepper"' do Ini Kamoze. Mas essa não é muito reggae, é mais rap. Ma isso não justifica, porque rap também é duro de aturar...
Enfim. Detesto reggae. Um amigo me diz que reggae foi inventado para ouvir na praia fumando maconha. Ah, bom isso explica a unanimidade do reggae entre os desentendidos.
O problema é que moro em São Paulo e fumo (advinha) o cigarro que lançou o reggae para o Brasil. Fazer o quê?
por André Forastieri (1995)
MUSICA X RELIGIÃO
O reggae recebeu, em suas origens, uma forte influência do movimento rastafari, que defende a idéia de que os afrodescendentes devem ascender e superar sua situação através do engajamento político e espiritual.
Original da década de 1960, o ritmo divide-se em dois subgêneros, o "roots reggae" (raízes do reggae) e o "dancehall reggae", que é originário da década de 1970. O reggae é constantemente associado ao movimento rastafari, que, de fato, influenciou muitos dos músicos apologistas do estilo reggae nas décadas de 1970 e 1980. De qualquer maneira, o reggae trata de vários assuntos, não se restringindo à cultura rastafariana, como o amor, o sexo e principalmente a crítica social.
Uma das características que podem caracterizar o reggae é a crítica social, como por exemplo cantar a desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais.
O rastafarianismo, também conhecido como movimento rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da trindade sagrada o messias prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.
O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope. Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de idéias religiosas e líderes messiânicos.
Outros fatores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha ou "erva", aspirações políticas e afrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (também freqüentemente considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.
O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas.
O movimento rastafári se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Bob Marley. No ano 2.000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo, algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os rastafári. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares do Levítico e do Deuteronômio no Velho Testamento.
O encorajamento de Marcus Garvey aos negros terem orgulho de si mesmos e de sua herança africana inspiraram Rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e da África, um exemplo é o porque que não te ensinam sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas vezes e foi a única nação livre na África desde sempre. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo a natureza e da savana africana e seus leões, em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista nos dreadlocks, ganja, e comida fresca, e em todos os aspectos da vida rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objetivo, renegando a subjetividade a um papel sem qualquer importância. Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por uma visão de fora, enquanto eles olham a vida de dentro, olhando para fora; e todo rasta tem de encontrar sua própria verdade.
Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação com as cores verde, dourado, e vermelho, representantativas da bandeira da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possivelmente vivem. Estas cores são freqüentemente vistas em roupas e decorações; o vermelho representaria o sangue dos mártires, o verde representaria a vegetação da África enquanto o dourado representaria a riqueza e a prosperidade do continente africano.
Muitos rastafáris aprendem a língua amárica, que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do inglês conhecida como patois jamaicano. Há músicas de reggae escritas em amárico.
Hailê Selassiê e a Bíblia
Uma opinião que une os rastafáris é que Ras (título amárico de nobreza que pode ser traduzido como "príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen que foi coroado como Hailê Selassiê I, Imperador da Etiópia em 2 de Novembro de 1930, é a encarnação do chamado Jah (Deus) na Terra, e o Messias Negro que irá liderar os povos de origem africana a uma terra prometida de emancipação e justiça divina. Porém algumas correntes rastafáris não acreditam nisso literalmente. Parte porque seus títulos, como Rei do Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da tribo de Judá, apesar de se encaixarem com aqueles mencionados no livro de Judá, também foram dados, de acordo com a tradição etíope, a todos os chamados imperadores salomônicos desde 980 a.C., mas Selassiê foi o único que recebeu, evidentemente, todos os títulos, incluindo os mais sagrados como Supremo Defensor da Fé e Poder da Santíssima Trindade. Hailê Selassiê era, de acordo com algumas tradições, o ducentésimo vigésimo quinto na linha de imperadores etíopes descendentes do bíblico Rei Salomão e a Rainha de Sabá. O salmo 87:4-6 é também intrepretado como a previsão da sua coroação.
De acordo com a historiografia etíope, no século X a.C., a dinastia salomônica da Etiópia foi iniciada com a ascensão ao poder de Menelik I, filho de Salomão e da Rainha de Sabá, que visitava Salomão em Israel. 1 Reis 10:13 diz: "E o Rei Salomão realizou todos os desejos da Rainha de Sabá, um destes sua própria generosidade Real. então ela voltou e foi para seu próprio país, ela e seus servos." Segundo a popular epopéia étíope Kebra Negast, rastas interpretam isto como o significado que ela concebeu seu filho, e disto eles concluem que as pessoas negras são as verdadeiras crianças de Israel, ou hebraicas. Hebreus negros tem vivido na Etiópia por séculos, sem conexão com o resto do mundo judaico; a existência deles deram credenciais e ímpeto para os primeiros Rastafaris, validando a crença de que a Etiópia é na verdade Sião, já que só lá que a Casa de Davi reinava soberana, sob um país cristão/judaico, além de possuir a Arca da Aliança.
Alguns rastafáris escolhem classificar sua religião como cristianismo ortodoxo etíope, cristianismo protestante, ou judaísmo. Entre estas, os laços para a Igreja etíope são os mais difundidos, embora isto seja uma controvérsia para muitos clérigos etíopes. Os rastafáris acreditam que as traduções comuns da Bíblia incorporam mudanças criadas pela estrutura da força branca racista. Alguns adoram a Kebra Negast, mas muitos destes rastas classificariam-se como etíopes ortodoxos na religião e rastafáris na ideologia. Alguns rastas prestam pouca atenção ao Kebra Negast, e muitos o consideram como estando pouco próximo da santidade da Bíblia.
Muitos rastafáris acreditam que Selassiê é de certa forma a volta de Jesus Cristo e que, assim, eles seriam verdadeiros israelitas. Alguns ainda acreditam que Jesus era Moisés, filho de José, enquanto Selassiê seria "Moisés, filho de David", e usam uma visão não-milenar do reinado de Cristo e uma visão pós-milenar para Selassiê. No coração do rastafári está a crença de ser o próprio rei ou príncipe (por isso eles se proclamam rastafári). Como cantou Ras Midas, "Quando eu vi meu pai com a picareta e minha mãe com a vassoura, eu soube que o rasta estava exilado" (Ras Midas, Rastaman in Exile, 1980). Os rastas dizem que eles foram escravizados, mas converteram isso ao seu próprio potencial divino, acreditando que, como Selassiê interrompeu esse ciclo, eles também são dignos de serem reis e príncipes.
Rastas chamam Selassiê de Jah ou Jah Rastafari, e acreditam haver uma grande força nestes nomes. Eles autoproclamam-se rastafári para expressar a relação pessoal que cada rasta tem com Selassiê I. Rastas gostam de usar o número ordinal com o nome Hailê Selassiê I, com o número romano dinástico significando o primeiro deliberadamente pronunciado como a letra I - novamente como signicado da relação pessoal com Deus. Eles também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty). Isso tudo reflete unidade, tendo em consideração que muitas das expressões rastas começam com "I", como I-Ration e I and I.
Quando Hailê Selassiê I morreu em 1975, sua morte não foi aceita por alguns rastafáris que não podiam aceitar que o Deus encarnado poderia morrer. Muitos acreditam que a morte de Selassiê foi um engodo, e que ele voltaria para libertar seus seguidores. Os rastas atualmente consideram este parcial preenchimento de profecia encontrado no apocalíptico trecho de Esdras 2 7:28. Uma história anônima da fé rastafari aponta para Debre Damo, um dos três antigos Príncipes das Montanhas. Ele acredita que depois Derg ordenou sua execução, os leais da guarda imperial trabalhando como agentes duplos usaram hipotermia induzida para fazer Selassie aparecer morto. Ele e os remanescentes leais da Guarda Imperial foram contrabandeados para assegurar o significado da estrada de ferro subterrânea. Eles agora caem em êxtase em um quarto secreto debaixo do monastério até o dia do julgamento, no qual eles serão automaticamente reanimados e totalmente revelados (11:19-21), assim como a Arca que está na Etiópia irá surgir. Isto deve ocorrer apenas depois dos idosos libertarem o povo da Jamaica, pois Selassiê, em 1966, disse que a repatriação e revelação só ocorreriam após a Jamaica ser libertada pelos Rastafaris.
Costumes rastafari
A dieta rastafári
Os rastafáris adotam 9 principios e o 2º principio é: "Coma apenas I-tal", um termo Rasta que significa puro, natural ou limpo. Uma série de leis de dieta e de higiene foram formuladas para acompanhar a doutrina religiosa Rastafari. Um verdadeiro Rasta não poderia ingerir álcool, tabaco, mas usa a Cannabis (maconha ou ganja) de forma ritual. São basicamente vegetarianos, dando uso escasso a alguns alimentos de origem animal, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis e outros. A comida I-tal seria o que Jah ordenou que fosse: "tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação." "Melhor é a comida de ervas, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio." É comida que nunca tocou em químicos e é natural e não vem em latas. Quanto menos cozinhados, melhor, sem sais, preservativos ou condimentos, pois assim possui maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. A bebida alcóolica, o leite ou café são vistos como pouco saudáveis.
Dreadlocks
Outro costume comum proibido era o de cortar ou pentear os cabelos. Essa tradição religiosa Rasta também é fundamentada em diretrizes sagradas.
Maconha
Ganja e marijuana são algumas designações para a Cannabis, uma erva psicoativa milenar. Ela é usada pelos Rastas, não para diversão ou prazer, mas sim para limpeza e purificação em rituais controlados. Alguns Rastas escolhem não a usar. Muitos sustentam o seu uso através de Génesis 1:29: “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.”
De fato, a erva ganjah, como a maconha é chamada localmente, é tida como “o fumo da sabedoria”, e líderes rasta determinaram que ela seria fumada como um ritual religioso, alegando que fora achada crescendo na cova do Rei Salomão e citando passagens bíblicas, para atestar suas propriedades sagradas: “Ele criou a grama destinando-a ao gado, e a erva à serviço do Homem, de forma que trará comida farta pelo mundo afora”.
Quem é Jah?
O nome Jah é muito utilizado no Reggae, não só em letras de músicas, mas também nos nomes das canções como “Will Be Forever Loving Jah”, de Bob Marley, e até mesmo nomes de bandas brasileiras como Tribo de Jah, Jah Live, Jahcarreggae, Jah I Ras, etc, e outras bandas e artistas internacionais como S.O.J.A (Soldiers of “Jah” Army), Jah Shaka , Jah Cure, Jah Servant, I JAH MAN, entre outros. Mas a pergunta que não quer calar é: Afinal de contas, quem é JAH? Será que nós o conhecemos?
JAH NA BÍBLIA
O que poucos talvez saibam, é que JAH está mais próximo de nós do que nós mesmos podemos imaginar. Você deve ter uma bíblia na sua casa, não tem? Pois é, se você tiver uma Bíblia na versão Almeida Revista e Corrigida no Brasil, você pode encontrar no salmo 68, versículo 4, os seguintes dizeres:
“Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome, louvai aquele que vai sobre os céus, pois o seu nome é Já, exultai diante dele.”, ou então se for na versão do Pontifício Instituto Bíblico, a mesma passagem traz literalmente a palavra JAH, "pois o seu nome é JAH". Essa passagem pode ser ouvida na música "Grilhões", da antiga e excelente banda mineira, Rasta Joint (download). Essa versão da bíblia não é tão comum, na maioria vem escrito a palavra Senhor, ou Javé, ou Jeová. Na tradução em inglês, a palavra Jeová vem, em toda bíblia, descrita como JEHOVA, e simpaticamente é abreviada para "JAH".
Temos também a palavra que conhecemos em português como Aleluia (que significa Deus seja louvado). No inglês, podemos encontrar nas versões bíblicas Darby, John Nelson (Ed.1890), e também na conhecida versão King James, a palavra hebraica Hallelujah, para o mesmo significado, "Deus seja Louvado". Mas será que estamos falando de um mesmo Deus? Será que é deste Deus que os regueiros falam em suas músicas? A Resposta é SIM.
UM SÓ DEUS
JAH, Yavé, Jeová, Yah, são apenas traduções para um mesmo Deus, o Deus de Abraão de Isaque e de Jacó citado na Bíblia (Gênesis 50:24). A diferença é que os Judeus crêem apenas nos 5 primeiros livros (Torah) e mais alguns livros do antigo testamento, e crêem que o messias (JAH) ainda não veio para redenção do seu povo. Os cristãos crêem na mensagem da bíblia inteira, em Jesus (JAH) como único Senhor e Salvador, que já veio a terra e morreu para remissão dos nossos pecados, e também crêem na trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.
Já os rastas, além disso, crêem na revelação de Selassie (JAH), na figura de Hailé Selassie, o qual passaram a chamar de Jah Rastafari, que foi regente da Etiópia de 1916 à 1930 e imperador do país de 1930 à 1974. Ao longo dos tempos, algumas palavras da bíblia foram ganhando traduções e abreviações diferentes. Vamos explicar melhor. Que tal com um pouquinho de história só para situar?
REFERÊNCIAS HISTÓRICAS
O antigo testamento da Bíblia foi escrito originalmente em Hebraico (língua do povo Judeu, de Israel) no antigo testamento. JAH ou Yah (hebraico) é uma forma poética abreviada do Tetagrama YHWH (foto abaixo), o nome atribuído a Deus. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego. Depois de um tempo a bíblia foi traduzida inteira para o grego, depois para o Latim, a língua do império romano e da igreja católica.
(Tetagrama YHWH)
O que acontecia é que pouquíssimas pessoas tinham acesso a bíblia, pois na época o povo era inculto, muitos não sabiam ler nem escrever, e somente a igreja católica detinha poder sobre a mensagem bíblica, o que levou a distorção da palavra e a implementação de doutrinas de homens, inclusive com a cobrança pela salvação das pessoas, como são conhecidas as indulgências, uma forma de “pague seus pecados com suas riquezas e garanta seu lugar no céu”, o que na verdade era algo totalmente anti-bíblico. Se o povo pudesse ler, saberia que Deus quer nosso coração e não nossos bens, afinal de contas, Ele é o dono do ouro e da prata.
MARTINHO LUTERO
Graças a “JAH”, em 1517 na Alemanha surgiu um protestante em prol do povo, o professor e então monge católico, Martinho Lutero. Ele fixou à porta da Catedral de Wittenberg 95 teses criticando a atuação do Papa e do alto clero. Mesmo com a intervenção da igreja, as teses se espalharam rapidamente. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo Papa, e queimou a carta de excomunhão em praça pública, rompendo de vez com o catolicismo.
Uma das principais preocupações de Martinho Lutero, era que todas as pessoas pudessem ler os ensinos bíblicos e assim pudessem tirar suas próprias conclusões, e não acreditar nas doutrinas humanas criadas pela igreja católica, que explorava a ignorância do povo. Como ele era um homem estudado, ele traduziu a bíblia para sua língua, o alemão, e anos mais tarde a palavra de Deus ganhou traduções em inglês, francês e espanhol, e as pessoas conseguiam então ler a bíblia e ter liberdade para interpretá-la.
Dessa época em diante, a igreja católica nunca mais conseguiu exercer seu poder na Europa, e Martinho Lutero, passou a ser chamado pai do Protestantismo. Dele vieram as Igrejas Luteranas e Cristãs evangélicas que conhecemos hoje. Ufa! Se você chegou até aqui deve estar se perguntando, o que isso tem a ver com música? Tem, e muito.
DA RELIGIÃO AO REGGAE
As relações citadas possuem uma alta ligação com a música, principalmente com o reggae, que é “neto” do Ska e do Rocksteady, estilos que surgiram à partir de uma mistura de ritmos locais da Jamaica, como o Mento, e com o Rhythm Blues, que também tiveram suas origens na música Gospel das igrejas americanas. No final da década de 50, uma época em que a Jamaica era um país rural e em sua maioria de população cristã protestante, os ritmos americanos negros eram muito difundidos por lá.
Sendo assim, a música Reggae começou a ser influenciada pela mensagem do evangelho até mesmo antes dos primeiros rastas. Por exemplo, a música "Shadrach Meshac & Abendego" de Justin Hinds e the Dominoes (depois ganhou belíssima versão para "Abendigo" com Abyssinians), cita a história bíblica que está no livro de Daniel, à partir do cápitulo 1 versículo 7, que fala de 3 jovens hebreus (judeus) que se negaram a se prostrar ao deuses da babilônia, do então imperador, Nabucodonosor. Por esta afronta, foram lançados em uma fornalha ardente em fogo, porém não se queimaram pois “JAH” os livrou. Uma história realmente interessante que vale a pena ser lida, são apenas 3 capítulos.
Ainda nessa época, outras canções como “The Rivers of Babylon”, por Brent Dowe e The Melodians de 1972, que depois ficou mundialmente conhecida no filme “The Harder They Come” estrelado por Jimmy Cliff, foi baseada no Salmo 137, um hino que expressa o lamento do povo judeu no exílio babilônico. Os rios da babilônia que são referidos na canção são o Rio Eufrates e o Rio Tigre. Essa canção ainda possui fragmentos literais do Salmo 19:14.
Até mesmo os Wailers tiveram músicas bem inspiradas na bíblia, antes mesmo da tônica de suas mensagens passarem a ser rasta à partir 1967, como se pode ver na capa desse disco do lendário Studio One, onde nenhum dos três Wailers (Bob, Peter e Bunny) se quer cultivavam dreads, e nem tinham cara de rudeboys (foto abaixo). São elas, por exemplo: "Amen" (1964 - Amen - Simmer Down At Studio One), e "Wings of Dove" (1966 - Wings Of A Dove - Climb The Ladder - Studio One). Isso mostra que a mensagem de Jah sempre esteve presente na músic da ilha, do mento ao Ska, passando pelo Rocksteady até o Reggae.
(Bunny Wailer, Bob Marley e Peter Tosh)
RESUMO CRITICO ELABORADO PELO GRUPO
O reggae surgiu na Jamaica, na década de 60, tendo Bob Marley, cantor e compositor, seu principal ícone. O nome “reggae” foi empregado devido ao som que se faz na guitarra. O "re" seria o movimento pra baixo, e o "gae", o movimento pra cima. O reggae se caracteriza por cortes rítmicos regulares sobre a música e pela bateria, que é tocada no terceiro tempo de cada compasso, em outras palavras, se trata de um ritmo lento e dançante.
Esse estilo musical surgiu baseado no movimento Rastafari. O Rastafari é um movimento religioso jamaicano que dá a Haile Selassie I, imperador da Etiópia, características messiânicas. Toda essa crença, aliada ao uso da maconha e às aspirações políticas e afrocentristas, ganhou adeptos no mundo inteiro devido ao interesse no ritmo do reagge gerado por Bob Marley.
A característica principal da temática do reggae é a crítica social, envolvendo questões sobre desigualdade, preconceito, fome e outros problemas sociais. Além disso, existe a valorização das ervas entorpecentes, pois segundo a visão Rastafari, elas poderiam trazer muitos benefícios à sociedade. Porém, atualmente existem muitas outras visões do reggae que não se restringem à cultura Rastafari, envolvendo outros temas como o amor, sexo, etc.
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